Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, a Lua Azul não é nenhum fenómeno cromático na Lua. O termo Lua Azul, é utilizado para nos referirmos à segunda Lua Cheia que ocorre num mesmo mês. Este fenómeno acontece uma vez a cada 2 ou 3 anos. As últimas luas azuis ocorreram a 31 de maio de 2007 e 31 de dezembro de 2009. A próxima lua azul deverá ocorrer já no próximo dia 31 de Agosto de 2012 e as seguintes em Julho de 2015, Janeiro e Março de 2018, Outubro de 2020, Agosto de 2023, Maio de 2026, Dezembro de 2028…
Isto deve-se ao facto do ciclo lunar ser de 29,5 dias, o que torna perfeitamente possível que num determinado mês a sua fase se apresente cheia por duas vezes. Fevereiro é o único mês que não pode ter a Lua Azul, mesmo em anos bissextos. Pode acontecer mesmo existir um ano em que não haja Lua Cheia no mês de fevereiro, nesses anos, acontece uma Lua Cheia no final de janeiro e a outra no início de março, ou seja 2 Luas Azuis no mesmo ano, em janeiro e março. Isto ocorre em média a cada 35 anos.
A Lua Cheia acontece simultaneamente em todos os pontos do globo e para todos os países, mas nem o horário nem a data são iguais. Por exemplo: uma noite do dia 31 de agosto na Europa já é a manhã do dia 1 de setembro na Nova Zelândia. Então se acontecesse uma Lua Azul no dia 31 de agosto para um país na Europa, não seria Lua Azul no dia primeiro na Nova Zelândia, que iria ocorrer no final do mês de setembro.
De acordo com alguns historiadores, o termo Lua Azul foi criado no século XVI, devido ao facto de que algumas pessoas, ao observar a Lua, a viram azulada. No entanto, outras viam-na cinza. Muitas discussões ocorreram até se concluir que era impossível a Lua ser azul. Esse facto criou uma espécie de expressão linguística, e “Lua Azul” passou a ser sinónimo de algo impossível ou difícil. O termo ganhou força principalmente nos EUA e algumas frases como “só me caso contigo se a lua estiver azul” ou “…a cada Lua Azul…” foram rapidamente popularizadas.
Foi com esse significado que o termo foi usado para designar duas luas cheias que ocorrem no mesmo mês, um evento raro.
A primeira menção à Lua Azul surge num panfleto escrito em inglês que dizia:”If they say the moon is blue, we must believe that it is true”. Algo como “Se eles dizem que a lua é azul, nós devemos acreditar que isso é real”.
Historicamente, a lua azul era a terceira lua cheia que acontecia num quarto de ano em que houvesse quatro luas cheias. Normalmente, um quarto do ano tem 3 Luas Cheias. Sendo esses quartos de ano iniciados entre os dias 20 e 21 ou 21 e 22 de março (devido aos anos bissextos) coincidentes com a data do equinócio.
Um erro de publicação numa época mais recente (1946) fez entender que a lua azul seria a segunda lua cheia que acontecesse num mesmo mês. Mesmo depois de descoberto o erro, como é mais fácil de se entender essa definição do que a outra, mais complicada, ficou popularizada a segunda teoria.
Existem alguns registos raros onde a coloração do nosso satélite foi realmente alterada. Um desses registos remonta a 1883, quando uma violenta erupção no vulcão Krakatoa, na Ilha de Java, Indonésia, lançou ao espaço milhões de toneladas de gases e poeira, fazendo com que a Lua, quando observada próxima ao horizonte, fosse vista em tons azulados. De acordo com os relatos, isso durou aproximadamente dois anos e foi testemunhado em todo o planeta.
Em 1951, um grande incêndio nas florestas canadenses produziu o mesmo efeito que o Krakatoa, mas só pôde ser observado na América do Norte.
À semelhança de muitos outros fenómenos astronómicos, este também aparece frequentemente em filmes, músicas, livros, entre outras publicações. Exemplo disso é o filme dos “Smurfs” onde durante a Lua azul há a abertura dum portal que liga a terra dos smurfs a nova Iorque, ou a balada “Blue Moon” composta por Richard Rodgers e Lorenz Hart, mais tarde eternizada pelos mais variados artistas, como: Billie Holiday, Nat King Cole, Frank Sinatra, Elvis Presley ou Rod Stewart.
Fica aqui uma boa sugestão para servir de banda sonora para a próxima noite de Lua Azul 🙂